quinta-feira, 6 de setembro de 2012

MALDITO PERFECCIONISMO

Por que ainda não perdi essa mania de ser perfeccionista em tudo o que faço? Acho isso péssimo, mas não consigo fazer as coisas "pelas coxas". Mergulho fundo em tudo. E por ser assim, fico inquieto. E a principal vítima nisso tudo, sou eu mesmo.
Já prometi que daria um tempo para cuidar mais de mim, para curtir mais a vida, mas sempre que finalizo uma peça, um roteiro de rádio, um artigo, um conto, uma crônica, um poema, ou uma montagem de espetáculo, já tenho outras coisas engatilhadas. E ficam muitas coisas pendentes. Tenho 70 capítulos de 8 radionovelas para revisar e entregar para a produção.e 65 episódios do programa Contos Extraordinários para fazer o mesmo. Quero me ver livre dessa tarefa, porque tudo que tenho escrito, mas não revisado, considero um trabalho inacabado. E isso me incomoda demais. Fico com aquela sensação de não ter feito a lição de casa. 
Essa semana tracei uma meta: revisar e finalizar os 65 episódios restantes dos Contos Extraordinários, mas a porra do meu notebook deu problema e precisa ir pro conserto. E só vai pro conserto quando eu tiver grana. Isso talvez demore um pouco ainda. Essa tarefa ficará pendente, enquanto me dedico à revisão das radionovelas. 
E o que tem me perturbado, é que ainda não escrevi nenhuma peça de teatro este ano. Tenho uma ideia na cabeça, mas não consigo arrumar tempo para escrever. Escrever uma peça de teatro, para mim, é muito mais trabalhoso do que escrever uma novela de rádio. Radionovela tem uma extensão maior e teatro é a arte da síntese, por isso exige um cuidado especial. E só vou me dedicar a esta tarefa, quando concluir as  obras pendentes.
Não tiro férias há uns 3 anos. E quando tenho alguma folga, em vez de ficar quietinho, relaxando, minha cabeça continua buscando histórias. Eu precisava me desconectar por uns dias. As pessoas deveriam ter um botão de ON/OFF para que elas pudessem se ligar ou se desligar, quando bem entendessem. Assim a mente descansaria.
Às vezes eu penso que vou enlouquecer, com tanta coisa na cabeça. Não encontro tempo para ver um filme, ler um livro, visitar uma exposição...
Mas, o que me deixa mais esgotado é a pressão. É impossível relaxar sendo pressionado o tempo inteiro e por todos os lados. Por mas organizado que seja, nem sempre as coisas acontecessem como gostaria que acontecessem. E aí vem a frustração. E me sinto um bosta.
E quando me sinto assim, tenho vontade de largar tudo e ir pra Shangri-Lá, fazer meditação com os monges tibetanos. 
O sono veio me tomar de assalto. Já desabafei e vou pra cama, aliviado.

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