quarta-feira, 18 de abril de 2012

ESCOLHAS

Em grande parte da minha obra, seja teatral, radiofônica ou literária, coloco um personagem numa situação em que ele precisa escolher o caminho que seguirá. Acho que o maior exemplo disso que falei, está na obra On The Nickel, uma das peças curtas que compõe uma peça maior, intitulada A Sétima Trombeta. Um garoto, que fugiu de casa,  é colocado diante de uma longa estrada que se perde no horizonte de um lugar ermo e precisa decidir se volta pra zona de conforto de seu lar ou se segue adiante, sem saber o que encontrará. Só que ele tem que seguir sozinho.
E agora chegou a minha vez de escolher um caminho.  
Será que devo deixar para trás tudo o que conquistei, para seguir numa estrada que não sei onde vai dar e muito menos, o que me aguarda do outro lado? Será que devo "deixar" meu filho, meus amigos, o meu trabalho aqui no Brasil para me aventurar pela Europa? Não se trata de uma viagem turística. Este que é o problema.
Sinceramente, não sei o que fazer. Sou extremamente emotivo e não consigo ter a frieza necessária para dizer: "Que se foda todo mundo. Vou  deixar tudo aqui e partir pra outra. Cada um tem a sua vida. Cuide da sua que eu cuido da minha."
Já perdi muita coisa. Aliás, sou um grande perdedor e não tenho vergonha de assumir isso. Perdi minha mãe e alguns amigos que a morte levou, e não sei se encontraria forças para perder mais. Mesmo que termine meus dias mendigando pelas ruas ou jogado num asilo e ignorado por àqueles que eu amo, como um objeto esquecido numa gaveta, vou dar a melhor parte de mim para quem eu amo.  E fazer com que tudo valha a pena. 
Ainda tenho algum tempo para escolher. Mas, acho que já escolhi...


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