sábado, 17 de abril de 2010

BREVE HISTÓRICO DA CIA. DAS ARTES DRAMÁTICAS

O grupo teatral Cia das Artes Dramáticas (CAD) iniciou suas atividades no dia 25 de março de 1995  quando o ator, dramaturgo, diretor e arte-educador Julio Carrara selecionou um grupo de adolescentes e jovens interessados em participar de um espetáculo de teatro. Muitas pessoas mostraram interesse, mas poucas conseguiram permanecer no grupo. Cerca de 400 pessoas já passaram pelo grupo.  
Julio Carrara sempre teve como objetivo fazer do CAD uma escola de teatro. Para ele, o que interessa não é o produto final (a peça já pronta), e sim o processo de trabalho, porque é aí que o aluno/ator aprende a manusear os instrumentos de sua arte. Ser ator, segundo Carrara, não é só subir no palco e vomitar as palavras de um texto, mas compreender perfeitamente todos os pensamentos da obra e passar para a platéia tudo o que o poeta/dramaturgo imaginou, com muita sensibilidade, emoção e acima de tudo com muita humildade. Isso  é apenas uma pequena parte do processo. O ator precisa ler muito, conhecer o ser humano e ter muita disciplina no trabalho.  
O grupo já tem no seu currículo 43 espetáculos encenados. A maioria deles, com temas direcionados ao público adolescente. 
A partir de 1999, o grupo direcionou seus esforços para uma temática infantil e com textos de cunhos educacionais. O encontro com Tatiana Belinky, Ricardo Gouveia, Cláudia Dalla Verde e Zeca Capellini, foi muito importante para o grupo e trouxe muita bagagem para os membros do CAD. 
O lema do CAD é “ousadia”. É preciso arriscar, sempre. E foi assim que o grupo investiu na pesquisa dramática. "Não gostaria de ser taxado como diretor de ‘um espetáculo só’”, disse Julio, e foi com esse pensamento que o CAD  realizou diversos espetáculos, de diversos gêneros e estilos durante o transcorrer desses 15 anos de atividades ininterruptas.  
O CAD já foi premiado cinco vezes em Festivais de Teatro. Em 1996, com “A Moléstia Azul”, o grupo foi classificado em 2.º lugar na fase regional do Mapa Cultural Paulista. Em 2000, “Quem Casa, Quer Casa – Ou Não?”, o grupo recebeu o 1.º lugar da modalidade Teatro Infantil, no 15.º Festival de Teatro do Estado de São Paulo, realizado em Tatuí, além de mais seis prêmios e três indicações. No mesmo ano, o espetáculo “Danielzinho e o Sono” ficou como 1ª suplente na fase regional do Mapa Cultural Paulista. Julio Carrara, no mesmo ano, foi premiado por duas vezes como Melhor Diretor. Em 2001, “Fada Rock”, de Cláudia Dalla Verde e Zeca Capellini, venceu o Mapa Cultural Paulista – fase municipal. Em seguida, “Danielzinho e o Sono”, de Ricardo Gouveia, foi classificada  em 1º lugar com o Júri Popular e 3º lugar com o Júri Técnico, no 16º Festival Estudantil de Teatro, em Tatuí. Isso aumenta ainda mais a nossa responsabilidade, pois o público espera do seu próximo trabalho algo ainda melhor, ou no mínimo, no mesmo nível. 
Para criar seus espetáculos, Julio utiliza diversas metodologias dos grandes mestres do teatro, como Constantin Stanislavski, Bertolt Brecht, Jerzy Grotowski, Viola Spolin, sem esquecer, é claro, dos brasileiros Augusto Boal, Olga Reverbel, Ingrid Koudela, Ana Lúcia Cavalieri, além de uma tese feita por Júlio Gouveia sobre Como Deve ser Feito o Teatro Infantil. Utiliza também referências na literatura de Monteiro Lobato, Machado de Assis,Luís Fernando Veríssimo, Oscar Wilde, Charles Bukowski, Jack Kerouac; na música de Test Dept, Retórica, Goran Bregovic, Madredeus, The Comitments, Dead Can Dance, Pink Ffloyd,  Erik Satie, Mark Isham, ZGA, Riverdance, Bauhaus, Oásis, Tom Waits; no cinema de Akira Kurosawa, John Cassavetes,  Luis Buñel, Emir Kustrica, Ettore Scolla, Ingmar Bergmann, Federico Fellini, Pedro Almodóvar, François Truffaut, Billy Wilder, Stanley Kubrick; na poesia de Federico García Lorca,  Walt Whitmann, Fernando Pessoa; nos quadrinhos de Frank Miller, Adão, Angeli, Glauco, André Kitagawa, na dramaturgia de William Shakespeare, Sófocles,  Aristófanes, Heiner Miler,  Molière, Tchekhov, Nelson Rodrigues,  Plínio Marcos, Mario Bortolotto, Luís Alberto de Abreu, Dea Loher; na dança de Pina Baush, Ivaldo Bertazzo, Klauss Vianna,  Rudolf Laban, Deborah Colker, Denise Stocklos; e no teatro de Yoshi Oida, Peter Brook, Bob Wilson, Pia Fraus, Cemitério de Automóveis. Tudo isso e muito mais, são elementos, que de algum modo, fazem parte do seu trabalho.

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