terça-feira, 9 de outubro de 2007

ADEGA DOS ANJOS


Bem, depois de muita deprê, estou de volta a esse blog para divulgar o meu novo trabalho. A estréia foi fantástica. Deixo aqui o serviço e aguardo a todos.




“Adega dos Anjos” é o título do 38º espetáculo teatral da CAD - Cia das Artes Dramáticas da Cooperativa Paulista de Teatro, que completou no dia 25 de março, 12 anos de atividades ininterruptas. Escrito e dirigido por Julio Carrara, o texto foi inspirado livremente em fragmentos da literatura erótica francesa do século 18 (excetuando o Marquês de Sade). Ao contrário das personagens de Sade, que sempre precisam de um bálsamo milagroso para curar as mutilações infligidas pelos algozes na noite anterior, as personagens de “Adega dos Anjos” só estão em busca do prazer e livres de quaisquer sentimentos de culpa.Ambientada na França em meados do século 18, a montagem aborda temas como amor, poder e fanatismo religioso. A intenção do espetáculo não é denegrir com a imagem da igreja, mas mostrar as atrocidades que ocorrem entre as quatro paredes de um convento ou de um seminário, onde os clérigos, com a posse do poder, agem como se fossem iguais ou superiores a Deus. Desnecessário seria enfatizar que o local (França) e a época (século 18) da ação são apenas um pano de fundo para a trama, pois o temática é universal e atemporal. Nos figurinos, na trilha sonora e na própria encenação estão impressos signos que mesclam elementos clássicos com os contemporâneos, para fugir da obviedade e do clichê de seguir um “padrão clássico pré-estabelecido”, quando se monta um espetáculo de época. A encenação tem como objetivo conquistar o público pelas sensações.


Ficha Técnica



ELENCO
Priscila Clemente: Madeleine
Chico Ribas: François
Taís Martincowski:Valentine
Daniel Corrêa: Padre Gaston
Rhobson Del Kishall: Padre Jean Pierre
Pedro Zacarias: Bispo
João Attuy: Charles
Thiago Kozonoi: Bergeron

EQUIPE TÉCNICA
Dramaturgia e Encenação:
Julio Carrara
Diretor Assistente:
Chico Ribas
Cenografia e Figurinos:
Lia Aleixo
Iluminação:
Rhobson Del Kishall
Concepção Sonora:
Julio Carrara
Operação de Som:
Andréa Albuquerque
Cenotécnica e Acessórios:
Cia das Artes Dramáticas
Design e Projeto Gráfico:
Rhobson Del Kishall
Confecção dos Figurinos:
Isa Santos
Produção Executiva:
Christiane Mayumi e Fabiana França
Realização:
Cia. das Artes Dramáticas e Espaço das Artes
Supervisão Geral:
Julio Carrara

Serviço
Espetáculo: Adega dos Anjos
Dramaturgia e Encenação: Julio Carrara
Elenco: Priscila Clemente, Chico Ribas, Taís Martincowski, Daniel Corrêa, Rhobson Del Kishall, Pedro Zacarias, João Attuy e Thiago Kozonoi
Estréia:
05 de outubro
Temporada:
até 14 de dezembro
Dias da semana:
Sextas-Feiras
Horário:
22:00 hs
Local:
Espaço das Artes
Endereço:
Rua Domingos de Moraes, 1497 (em frente a estação de Metrô Vila Mariana - saída pela Madre Cabrini)
Ingressos:
R$ 20,00 (meia para estudantes, idosos, classe artística, professores e moradores do bairro com comprovante de residência)
Capacidade:
40 lugares
Recomendação:
18 anos
Informações e Reservas:
5083.3467 ou clicando aqui


DO BLOG DO ELLIO

Adega dos Anjos o novo espetáculo de Julio Carrara, que estreou nessa sexta-feira, no Espaço das Artes. Fiquei maravilhado, realmente muito lindo. A produção visual está sensacional. Delicado e simples, sei deixar a desejar. Uma verdadeira obra de arte. Poético . Bem a linha do Julio.Com vários momentos, que se você congela a imagem, remete a uma pintura ou escultura. Quanto ao texto, não gosto do exagero de palavaras obscenas, tipo "foder" isso não choca mais ninguém, muito menos o público de teatro, apenas empobrece, no mais, segue linear o tempo todo, apesar da dramaticidade das cenas, os plots não representam muito, apenas sugere e claramente você consegue observar duas histórias paralelas tentando atingir um único ponto. De um lado o drama do incesto entre pai e filha, de outro, uma critica a igreja, mostrando relações sexuais entre os padres e freiras , não fica muito claro o objetivo, mas se conheço bem o Julio, essa é a intenção, confundir e não explicar. Senti falta de energia dos atores, estavam meio que desanimados, não sei se isso faz parte do contexto. Também não gosto do corte seco da trilha, perde um pouco o clima. Mas sei que isso não dá para discutir com o Julio. Ele gosta assim e pronto.

Em nenhum momento acontece o clímax e de repente surge uma figura bizarra que encerra o espetáculo, você fica esperando algo acontecer, e nada mais surge, porque o final já aconteceu. Talvez esse seja o único erro ou acerto, deixa o publico com cara de “acabou?” compensados pela maravilhosa apresentação.Vale a pena conferir esses novos jovens atores em cena.



DO BLOG DA ANDREA


A CRÍTICA ANGELICAL AOS ANJOS


Estreou nessa sexta-feira (05) ”Adega dos Anjos”, a nova peça da Cia. das Artes Dramáticas da Cooperativa Paulista de Teatro, mais conhecida como CAD. Escrito e dirigido por Julio Carrara, o texto foi inspirado livremente em fragmentos da literatura erótica francesa do século XVIII, exceto os contos de Marquês de Sade.

Os contos de Sade foram deixados de lado, pois, ao contrário de seus personagens, os do texto de Julio procuram satisfazer seus prazeres sem acumularem para si sentimentos de culpabilidade.

Ta�s Martincowski (Valentine) e Daniel Corrêa (Padre Gaston) - Foto de Raquel Esp�rito SantoA montagem é simples, sem aspirações ao impressionismo de uma produção concebida pelo exacerbado cenário, figurinos e aparatos técnicos. Mas se torna complexa nas sensações provocadas, nas desmitificações do divino e desmascaramento da verdade que os grandes disciplinadores mantêm de pé cometendo delitos em cima de suas culpas (leia-se pecados).

“O silêncio é mais importante do que a prática da palavra.” *

”Adega dos Anjos” está em cartaz no Espaço das Artes, todas as sextas-feiras, as vinte e duas horas. O Espaço fica na Rua Domingos de Morais, número 1497, em frente à saída Madre Cabrini do metrô Vila Mariana. O ingresso custa R$20, mas estudantes, idosos, classe teatral e moradores do bairro com comprovante de residência, pagam meia-entrada. A temporada vai até 14 de dezembro.

Fotos da peça, por Raquel Espírito Santo

* Trecho da fala do Bispo (Pedro Zacarias), que é repetido pelo Padre Jean Pierre (Rhobson Del Kishall) ao final de uma cenas mais intrigantes da peça.

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