sábado, 9 de fevereiro de 2013

GESTAÇÃO

Costumo comparar um espetáculo a uma gestação. Da mesma forma que um bebê vai se desenvolvendo na barriga da mãe, o processo de cada novo espetáculo acontece da mesma forma. 
Comecei a escrever esse texto em 2010 e terminei em 2011. Escrevi esse texto para dois atores específicos. Para mim e para o André, um grande amigo, que conheço há quase 20 anos. A última vez em que contracenamos foi em 1998, com o espetáculo Quem Casa Quer Casa, de Martins Pena e agora voltamos a trabalhar juntos.
O bom de trabalhar com amigos de longa data, é que sabemos das suas virtudes e de suas deficiências. E também dos métodos de trabalho de cada um. Não existe competição entre a gente. Queremos apenas fazer um espetáculo no qual acreditamos.
Fizemos inúmeras leituras, e em nosso último encontro, as personagens começaram a ganhar contornos e a saírem do papel. Nossos diálogos vinham carregados de verdade. E como isso é prazeroso.
Será uma montagem bem simples, sem cenários e efeitos mirabolantes. Estou focando apenas no trabalho de ator.
Fazia tempo que não entrava em cena. Tenho feito O Porta-Malas, mas é um espetáculo que já está pronto  desde 2003 e que faço de olhos fechados. E como é bom voltar a atuar, a decorar texto, a criar personagens, ensaiar até a exaustão. E, melhor de tudo, fazer isso com muito tesão.
Saio do isolamento do meu escritório para a sala de ensaio. E, em breve, este bebê vai nascer. E como anseio por este momento. 
Esse espetáculo será belíssimo. Temos certeza absoluta. Até porque ele está sendo feito com muito amor. E, quando isso acontece, já sabemos o seu resultado.

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