Acabei de ver uma mendiga numa esquina, sentada na calçada com uma carcaça de um notebook à sua frente e um caderno ao lado. Ela escrevia, bastante emocionada, no caderno, com extrema rapidez. Parei, razoavelmente perto, para observá-la. Em seguida, a mulher olhava para o caderno, e seus dedos começaram a se mover rapidamente pelas teclas do teclado, como se estivesse passando o texto a limpo. Depois de alguns minutos executando esta tarefa, ela se encolheu num canto e caiu num choro convulsivo. Ela notou a minha presença e virou o rosto para que eu não a visse chorar. Mesmo tentando esconder suas lágrimas, ela não fez ideia do que suas lágrimas representaram para mim.
Julio Carrara
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