quinta-feira, 7 de junho de 2012

MAIS ESTRANHO QUE A FICÇÃO????

As pessoas que acompanham este blog, já foram informadas que estou escrevendo um romance. Pois é. Já estou no segundo capítulo. E não faço a menor ideia de quantos capítulos este romance terá. Nem sei se terá a extensão de um romance. Talvez seja uma novela, sei lá. 
É uma experiência nova para mim, fazer algo deste gênero.  É muito diferente de escrever uma radionovela, em que tenho que produzir 15 laudas diárias e com um prazo para entregar. E radionovela funciona mais ou menos assim:, se o capítulo de hoje não sair legal, o de amanhã, sairá. Escrevo, leio, altero algumas coisas e já mando para a produção. Não tenho tempo para revisar. E com o romance ou a novela, o buraco é mais embaixo. Escrevo, leio, reescrevo. No dia seguinte, reviso e vou alterando uma coisa ou outra e assim vai.
Comecei a desenvolver o enredo, mas não sei como vai terminar. Com a minha peça Depois da Chuva, aconteceu o contrário: escrevi a última cena primeiro e não sabia como iria começar.
E com esse romance ou novela, que ainda não sei o título e nem como vai acabar, estou usando um processo meio louco. Escrevo de acordo com o temperatura. A história começa numa noite fria de outono e o segundo capítulo tem  início numa tarde chuvosa. E a partir dessas condições climáticas, a trama vai se desenrolando.
Na madrugada de ontem, uma madrugada fria e chuvosa, fiquei deitado, olhando para o teto e criando. Elaborei uma situação em que um personagem seria assassinado com um tiro na cabeça, esquartejado, e em seguida seus membros seriam espalhados pelos lixos cidade. A cabeça seria jogada  na zona norte, as pernas e és na zona sul, o braço direito na zona oeste, o esquerdo, na leste, e o tronco, no centro de São Paulo. E queria buscar um motivo forte, sem cair em clichês novelísticos, que levasse alguém a cometer tal ato de crueldade. 
Quando vou para o notebook, ligo a TV (costumo escrever com a TV ligada e ouvindo música ao mesmo temo), e vejo no noticiário, que a mulher do empresário, dono da fábrica Yoki, havia feito isso com ele.
GE-LEI.
Me senti como a escritora Kay Eifeel, que criou o personagem  Harold Crick, e entra em choque ao descobrir que o personagem que criou, existia realmente, tinha o mesmo nome e as características físicas e psicológicas  imaginadas por ela, do magnífico filme Mais Estranho que a Ficção, de Zach Halm e Marc Forster.
Confesso que fiquei perturbado e, sem pensar duas vezes, abortei a ideia 
E estou aqui, até agora, 07h55, sem dormir, porque passei a madrugada toda tentando desenvolver algo. Mas nenhuma ideia surgiu. 
Então vim pra cá, para despejar esses entulhos que só ocupam espaço no meu cérebro, para ver se com a mente vazia, eu consiga raciocinar. 
E agora esticarei meu esqueleto na cama, dormirei algumas horinhas, curtindo esse friozinho e essa chuvinha gostosa, porque um longo dia me aguarda.

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