quinta-feira, 11 de março de 2010

ENCONTREI UM TESOURO

Pesquisando na Internet descobri um tesouro. E é evidente que vou compartilhar esse tesouro com vocês. Trata-se do disco do Sítio do Picapau Amarelo com as histórias A Pílula Falante e O Casamento da Emília, adaptações de Tatiana Belinky , Júlio Gouveia como Narrador e o elenco do TESP - Teatro Escola de São Paulo. Procurei durante anos por essa preciosidade e agora, com muita emoção, posto aqui para a posteridade.

Sítio do Picapau Amarelo - 1952 - primeira versão TV Tupi
LDS - Odeon 3.006 - BR-LD-015
Microssulco - 331/3 R.P.M. inquebrável
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01. A Pílula Falante (Tatiana Belinky) adaptação do original de Monteiro Lobato
com Lúcia Lambertini (”Emilia“) e elenco do T.E.S.P.
Narração e Direção de Julio Gouveia
Música do Maestro Luiz Arruda Paes

02. O Casamento da Emilia (Tatiana Belinky) adaptação do original de Monteiro Lobato
com Lúcia Lambertini (”Emilia“) e elenco do T.E.S.P.
Narração e Direção de Julio Gouveia
Música do Maestro Luiz Arruda Paes
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Ficha Técnica:
Por: Tatiana Belinky
Baseado no original de Monteiro Lobato
Lúcia Lambertini e elenco do T.E.S.P.
Narração de: Julio Gouveia

Criação, roteiros, produção e direção de Júlio Gouveia e Tatiana Belinky
Baseada na obra de Monteiro Lobato
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Monteiro Lobato:
Muita gente escreve para crianças. Porém os verdadeiros “escritores para crianças” continuam sendo bem pucos, E isso porque a tarefa é extremamente árdua e complexa, embora talvez não o pareça.
Ao escritor para crianças não basta er imaginação rica e habilidade para criar situações. É preciso saber estabelecer uma relação entre o fato dramático e a realidade. A criança adora viajar por mundos fantásticos, mas ela exige também que seta fantasia tenha um ponto de apoio na realidde que ela conhece. Pois, para a  criança, não existe maravilha mais fantástica do que descobrir e interpretar o mundo em que ela mesma vive. Assim sendo, a história irreal e inventada srea tanto mais apreciada pela criança, quanto mais a ajudar a compreender a realidade do seu próprio mundo, levando-a, passo a passo, a se integrar no grupo social do qual ela mesma faz parte.
E é justamente isso o que caracteriza toda a obra de Monteiro Lobato para crianças. É essa formula mágica, de dosar sabiamente o real e o irreal, que faz do saudoso escritor paulista um artista universal, compreendido e querido pelas crianças de todas as idades e de todas as classes sociais.
A literatura infantil de Monteiro Lobato é uma glória legítima e imorredoura das letras brasileiras. “Se outra coisa não houvesse feito, bastaria a criação do famoso “Sitio do Pica-Pau Amarelo” para torná-lo um benemérito ao tipo de Andersen, Perrault ou Lewis Carrol”.
Quem não conhece a Emilia, essa boneca levada da breca, “feita por Tia Nastácia, com olhos de retrós preto e sombrancelhas tão lá em cima, que é ver uma bruxa…”
Pois é essa mesma Emilia, que pulou para fora dos livros de Monteiro Lobato, e vem, há tres anos, todas as terças-feiras, na pessoa de Lucia Lambertini, visitasr as crianças de São Paulo através da Televisão.
Essa mesma travessa Emilia, vem agora pela primeira vez , viver as suas aventuras em disco - na voz de Lucia Lambertini, a interprete ideal da famosa boneca. (do LP Sitio do Pica-Pau Amarelo)
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Sinopse Sítio do Picapau Amarelo
Dona Benta é uma velha senhora que vive no Sítio do Picapau Amarelo, afastada do barulho e da correria da cidade grande. A preta Tia Nastácia compartilha dessa vida calma cozinhando quitutes para a sinhá e sua neta, Lúcia, mais conhecida como Narizinho. Vivendo sozinha e tendo apenas as duas mulheres idosas como companhia, a menina cria um mundo de fantasias do qual a personagem principal é a sua boneca Emília, feita por Tia Nastácia com restos de pano. Também vivem no sítio o velho Tio Barnabé e seus ajudantes Zé Carneiro,
Garnizé e João Perfeito, responsáveis pela manutenção do sítio.
Um dia, Narizinho conhece o Príncipe Escamado, soberano do Reino das Águas Claras, que por coincidência, fica localizado no ribeirão do sítio. O príncipe fica encantado com a menina e a convida a conhecer seu reino. Lá ela é apresentada aos mais proeminentes súditos de sua majestade, como a azeda Dona Carochinha, responsável por administrar os contos de fadas, e determinada a manter o Pequeno Polegar preso em seus livros. Também o Doutor Caramujo, um renomado cientista que dá à boneca Emilia a pílula falante. Depois que ingere o remédio, Emília começa a falar e não pára mais.
Durante o período de férias escolares, Narizinho tem como companhia o seu primo Pedrinho, que estuda na cidade grande onde vive com sua mãe. O menino também tem um amigo montado por Tia Nastácia, o Visconde de Sabugosa, feito de uma espiga de milho velha, que também ganha vida. Por ter sido esquecido por um bom tempo nos meios dos livros, o Visconde adquiriu uma admirável sabedoria, tornando-se intelectual e cientista.
No Sítio do Picapau Amarelo tudo é possível. A fantasia se mistura com a realidade fazendo parte do cotidiano da menina Narizinho e de seu primo Pedrinho.
E são com personagens adultos que as crianças compartilham suas aventuras num mundo fantástico, onde transitam a boneca Emília, o Visconde de Sabugosa, o Saci Pererê, a Cuca, e outros personagens fantasiosos.
Tupi - 19h30
de 3 de junho de 1952 a 1962
360 episódios
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Quem É Quem Sítio do Picapau Amarelo (Tupi)
Lúcia Lambertini - Emília
Dulce Margarida - Emília
Sérgio Rosemberg - Pedrinho
Julinho Simões - Pedrinho
David José - Pedrinho
Lidia Rosemberg - Narizinho
Edi Cerri - Narizinho
Leny Vieira - Narizinho (Rio de Janeiro)
Rúbens Molino - Visconde Sabugosa
Luciano Maurício - Visconde Sabugosa
Hernê Lebon - Visconde Sabugosa
Daniel Filho - Visconde Sabugosa (Rio de Janeiro)
Sydnéia Rossi - Dona Benta
Wanda A. Hammel - Dona Benta
Suzy Arruda - Dona Benta
Leonor Pacheco - Dona Benta
Benedita Rodrigues - Tia Nastácia
Zeni Pereira - Tia Nastácia (Rio De Janeiro)
Ricardo Gouveia - Rabicó
Paulo Basco - Dr. Caramujo
Mara Mesquita - Peter Pan
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Bastidores Sítio do Picapau Amarelo (Tupi)
O Sítio do Picapau Amarelo, a obra imortal de Monteiro Lobato, foi criado em 1921, e seu sucesso não restringiu-se apenas às publicações reeditadas de tempos em tempos, pois já teve, pelo menos, 2 versões para o cinema e 5 séries de televisão.
Em 1952 o programa Teatro Escola de São Paulo - TESP - um teleteatro dirigido ao público infantil, criado em 1948 por Júlio Gouveia e sua esposa Tatiana Belinky, levou ao ar a primeira adaptação do Sítio para a televisão. A Pílula Falante, um dos capítulos do livro Reinações de Narizinho, foi a história escolhida para ser exibida ao vivo na Tupi. O sucesso alcançado por esta única apresentação levou a emissora a produzir a primeira série de televisão do Sítio do Picapau Amarelo.

O programa estreou em 3 de junho de 1952 (às quintas-feiras, 19h30), com a reprise do episódio A Pílula Falante, ficando no ar por 11 anos. Paralelamente à exibição ao vivo em São Paulo, a TV Tupi do Rio de Janeiro exibiu, por dois meses no ano de 1955, uma versão da série com direção de Maurício Sherman e produção de Lúcia Lambertini, que também interpretava a Emília ao lado de Daniel Filho (o Visconde) e Zeni Pereira (Tia Nastácia).
A fama atraiu os patrocinadores tranformando a série no primeiro programa a utilizar a técnica do merchandising na TV brasileira. As histórias não tinham interrupção para o intervalo comercial, por isso, durante os diálogos ou cenas com os atores fixos, eram introduzidas divulgações de produtos como Vitaminas Bolos, Biotônicos Fontoura e Kibon.
Apesar de ter conquistado o público e os patrocinadores, a produção da série era reduzida a um único cenário fixo, a varanda do sítio, na qual ocorria a maioria das cenas. Os demais eram montados na hora dependendo das exigências de cada história. Também não haviam efeitos especiais e muitas mágicas, inerentes às histórias, precisavam ser adaptadas aos recursos da época.
Quando um anjinho caía do céu, ele literalmente desabava sobre o cenário“, lembra Tatiana Belinky. Um LP era segurado pelos dedos num toca-discos para dar os efeitos sonoros. Para encenar No Reino das Águas Claras, Tatiana pôs o aquário de sua casa à frente da câmera: os atores eram vistos cercados por peixinhos. “Só fizemos o que fizemos porque ninguém contou que não era possível.”
Poucas histórias de Lobato foram descartadas na Tupi, por serem de difícil execução ao vivo, como O Poço do Visconde.
Cada episódio tinha a duração de 45 minutos, iniciado com o tema da música Dobrado, composto por Salathiel Coelho, e com as imagens de Júlio Gouveia abrindo um livro para contar uma história. Ao final, o episódio terminava com Júlio fechando o livro.

Os produtores tinham como objetivo manter a respeitabilidade do original trazendo situações que possibilitassem a educação infantil sobre a história universal e problemas do cotidiano da época, tal qual os livros de Lobato.
Mas a série encerrou sua produção em 1962, com um total de 360 episódios, quando Júlio Gouveia afastou-se de seu trabalho em televisão. No entanto os episódios do Sítio foram “reprisados” durante o ano de 1963. Por terem sidos exibidos ao vivo, a reprise consistia em reencenar cada episódio com pequenas variações de diálogos e textos, as quais eram feitas por Lúcia Lambertini.
A atriz Dulce Margarida interpretou a boneca Emília em duas ocasiões substituindo Lúcia Lambertini: quando Lúcia se casou e quando ficou grávida.
Em 1964, o Sítio do Picapau Amarelo foi resgatado pela TV Cultura, numa nova produção comandada por Lúcia Lambertini. O Sítio voltaria ao ar, pela TV Bandeirantes, em 1967, novamente sob o comando de Júlio Gouveia e Tatiana Belinky e os respectivos atores da Tupi - mas dessa vez, sem sucesso.

Entre 1977 e 1986 a Globo, em conjunto com a TV Educativa, produziu a série de maior sucesso até então. E, a partir de 2001, também pela Globo, foi ao ar a quinta versão do Sítio para a televisão.

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