quarta-feira, 23 de setembro de 2009

AMORE MIO

Depois de muito sofrimento jurei pra mim mesmo que nunca mais iria me apaixonar. Tranquei meu coração e passei numa banquinha aonde comprei uma aliança de dois reais para colocar no dedo da mão direita para dizer para as pessoas que estava comprometido. Não estava com ninguém. Mais sozinho do que nunca. Fazia questão de exibir aquela aliança vagabunda como quem dissesse:
- Não se aproxime! Estou comprometido.
Na verdade estava comprometido comigo mesmo.
E numa bela tarde vem ao meu encontro uma pessoa que encontrou a porra da chave que havia jogado fora, abriu o cadeado e sem pedir licença tomou pra si o meu coração. E não só o meu coração. O meu corpo, a minha alma...
E assim despertei novamente para o amor. Tirei a aliança do dedo e a joguei num bueiro porque um novo amor estava nascendo.
Toda vez que chegava perto eu estremecia, ficava com a garganta seca, com taquicardia e gaguejava ao dirigir-lhe a palavra. Isso quando não soltava uma frase sem sentido algum e após dizer determinada bobagem, ruborizava de vergonha por ter feito papel de um debilmental.
O contato foi se estreitando através do msn. Desejava saber sobre a sua vida, o que fazia, das coisas que gostava, que não gostava, seus projetos e metas a serem alcançadas.
Criei coragem e convidei-a para almoçar. O convite foi aceito. Torcia para que as horas, minutos e segundos passassem rapidamente para que eu pudesse ver novamente aquele rostinho iluminado e aquele sorriso generoso.
Chegamos juntos ao restaurante. Sentamos a mesa para comer. Mal conseguia manusear os talheres ao ver o ser amado diante de mim. O restaurante estava lotado, mas só tinha olhos para o meu bem. Mergulhava naquele olhar profundo e uma enorme sensação de bem-estar tomou conta de mim.
Terminamos a refeição e saímos para a rua. Olhei para o céu e nunca o céu pareceu-me tão azul, as nuvens tão brancas e aquele sol tão quente. Sentamos num banco de uma praça e não sei porque senti a necessidade de falar da minha relação amorosa anterior e o quanto estava machucado. Depois pensei que aquela não era uma boa hora para fazer essa revelação. Talvez tivesse falado demais.
Da praça caminhamos até um local mais reservado - que não vem ao caso agora. Fechei a porta e comecei a fazer cócegas na sua barriga. Seu riso alegrava aquele ambiente. E depois da travessura eu a abracei e permaneci ali, quieto, parado, apesar da respiração de ambos estarem ofegantes. Permanecemos abraçados por cerca de um minuto até que a respiração voltasse ao normal. Porém, meu coração pulava dentro do peito.
Aconcheguei-me no seu ombro e o seu perfume penetrou pelas minhas narinas enquanto sentia os seus braços me protegendo. Beijei-lhe a testa, a ponta do nariz, depois um beijinho de esquimó. Só tive tempo de lhe dizer:
- Desculpa, não vou aguentar.
E imediatamente colei meus lábios nos seus. E para minha surpresa fui correspondido. Desejara ficar ali, para sempre, desvendando seus mistérios com a minha língua, com os meus dentes.
Porém o medo de sermos descobertos era imenso. E por umas três ou quatro vezes eu a coloquei contra a parede para roubar mais e mais beijos. Os melhores que já recebi em toda a minha vida.
Eu te quero. Te quero muito. E vou lutar por você.
Te amo como nem sequer posso descrever com palavras.
Confie em mim e tenha certeza de que nunca vou te fazer sofrer.
Eu lhe juro!

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