domingo, 13 de abril de 2008

QUERO ENFIAR O DEDO NO CU DO MUNDO E IR PRA CASA DO CARALHO



Sou uma pessoa muito calma, normalmente, mas hj tirei o dia pra extravasar tudo o que estava acumulado dentro de mim...
Saí da casa mais de duas horas da manhã e senti uma louca vontade de gritar, de correr alucinadamente pelas ruas de São Paulo em plena madrugada indo na contra-mão de onde vêm os carros, correr perigos, enfim, aumentar a minha dosagem de adrenalina.
Porém, dirijo-me a uma lan house, coloco o fone no ouvido e ligo um heavy-metal pesadaço num último volume. Meus tímpanos parecem que vão estourar, sinto o sangue correr mais depressa pelas minhas veias, minhas mãos percorrem rapidamente pelo teclado numa movimentação frenética, enfim, estou extravasando escrevendo, soltando meus demônios, é melhor que ácido, que bala, que cocaína, que crack... Não preciso dessas toxinas pra agir como louco... pra surtar...
Surto com esse heavy-metal fodido, me vejo na pele dos meus personagens, de Kill, de Águia, de Dead, de Leo, de Paulinho, de Tadeu, do Anjo Maldito... personagens dos meus textos marginais, que correm da polícia, que tiram a roupa em boates fedidas para depois meterem o pau em algum cu sujo, que rasgam bucetas de virgens com seus caralhos duros de tesão, que tem seus cus rasgados por picas sedentas, que reviram lixo, pessoas que perderam entes queridos, que tem o coração um ódio mortal, mas que são livres. Livres para voar sobre a cidade, livres para serem os donos do mundo...
É assim que me sinto hj, como o dono do mundo. Quero pertencer a ele, quero enfiar o dedo no cu do universo e comer o mundo. Quero respirar lenta e profundamente este ar poluído, sentir a podridão entrar e sair pelos meus pulmões, quero pular, gritar, correr, beijar, morder, chupar, trepar e gozar como nunca gozei na vida, um gozo celeste ou diabólico, foda-se, eu quero é ter prazer, melhor dizendo, voltar a ter prazer por essa merda de vida e por todas essas coisas que ela me oferece.
- Quero fazer desse mundo um bordel - faço minhas as palavras de Claire Zahanassian, a Velha Senhora, da obra de Dürrenmatt...
Liguei o foda-se agora. Foda-se... Quem quiser me amar que me ame, quem não quer, foda-se e seja feliz à sua maneira.
Estou solto no mundo. Quem quer me fazer companhia para juntos enfiarmos os dedos no cu do mundo e IRMOS PRA CASA DO CARALHO?????
O som segue pesado... E eu estou leve... Depois de muito tempo voltei a sorrir verdadeiramente. Estou livre, livre!!!!!


Julio Carrara 

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