sexta-feira, 7 de junho de 2013

COMUNICAÇÃO

Há 3 semanas atrás estava deitado no chão do meu "apertamento" quando uma estante de livros despencou sobre a minha cabeça. Ficaria feliz se morresse assim, em meio aos livros, mas não morri. O tempo passou e hoje acordei com uma puta dor de cabeça, exatamente no local onde levei a batida. Fui ao médico para ver se não tinha nenhum coágulo no cérebro. Já me vi botando sangue por tudo que é buraco e deitado num caixão de tão exagerado que sou. 
Depois de esperar 4 horas para ser atendido, de tirar radiografias do crânio, a médica disse que não era nada e que eu só estava com uma inflamação no ouvido... Bem, não confio muito nessas AMAs, mas enfim... Ela me receitou um remédio e lá foi esse infeliz enfrentar outra fila quilométrica para pegar a porra do remédio. Depois de mais de uma hora esperando, eu seria atendido. Isso se não fosse um boliviano que estava à minha frente que não entendia o que a moça da farmácia lhe explicava. Ela dizia: 
- É para tomar este remédio de 6 em 6 horas, este outro de 8 em 8 hs e este aqui, quando sentir dor. 
O cara não entendia nada. Ela fazia gestos tentando explicar, chegou ao ponto de pegar um papel e ilustrar a sua explicação e nada dele entender. Depois de quase 10 minutos, ele finalmente entendeu e saiu. Assim que cheguei ao guichê, ela me disse: 
- É isso que dá ganhar um salário que não sobra nem pra pagar um curso de idiomas.



Julio Carrara 

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