Decidi falar de bullying. Nunca dei meu ponto de vista a este respeito, mas agora vou falar.
Tudo o que se fala, é bullying. Se uma criança/adolescente usa óculos e a chamam de quatro olhos, é bullying. Se uma criança/adolescente é gorda e a chamam de rolha de poço, baleia, hipopótamo, elefante, é bullying. Se uma criança/adolescente é magra e a chamam de palito, pau de virar tripa, é bullying. Se uma criança/adolescente usa aparelho nos dentes e a chamam de boca de ferro, é bullying. Se uma criança/adolescente tem sardas e a chamam de ferrugem, é bullying. Tudo é bullying.
Eu sofri muito bullying - no meu tempo não se chamava assim.. Eu era gordo (emagreci na adolescência, tava mó gostosão, e engordei de novo), usava óculos (hoje uso lentes de contato), aparelho nos dentes (esses não uso mais), era extremamente desengonçado e desastrado (continuo sendo), e sempre fui zoado por isso. Lembro que na pré-escola, estava brincando num tanquinho de areia sem camisa e outros moleques chegavam perto, apertavam meus mamilos e diziam, zombando:
- Olha a tetinha dele!!! Deixa eu mamar?
Neste momento me estressei, tirei o pintinho pra fora da cueca e respondi:
- Quer mamar? Então mama aqui, seu filho da puta!
E nunca mais mexeram comigo.
Outro fato que lembro bem, era um moleque, vizinho de casa, que sempre me batia. E eu voltava pra casa, entrava debaixo da cama e chorava, baixinho. Até o dia que ele me bateu, e em vez de ficar quieto, dei um murro na cara dele, que o derrubou no chão. Hoje, somos amigos, e rimos de perder o fôlego ao lembrarmos deste episódio.
É evidente que, nada justifica a violência. E quando a coisa chega a esse ponto, algumas medidas precisam ser tomadas.
Sou a favor da argumentação. Se alguém te chama de elefante, pau de virar tripa, quatro olhos, ferrugem, dê uma resposta à altura. Não deixe que isso passe em branco, porque isso vai continuar. E é assim que a criança/adolescente, vai se preparando, se fortalecendo para encarar a vida adulta.
Hoje, as crianças/adolescentes, estão trancadas numa redoma de vidro. É tanta proteção, tanta proteção, que acaba prejudicando o seu desenvolvimento. Tenho certeza absoluta, que quando crescerem, não terão a maturidade necessária pra enfrentar a vida. Serão verdadeiros parasitas, dependentes e não sairão de casa. Morarão com os pais até os 50 anos de idade e dependerão deles para tudo.
Super-proteção, prejudica! E não há nada pior do que isso.
Acordem, pais. Protejam seus filhos, mas se protegê-los demais, estarão criando seres indefesos e frágeis.
E para enfrentar o mundo, é preciso ter culhão.
E se a pessoa tiver teto de vidro, uma simples pedrada pode derrubá-lo.
Julio Carrara
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