segunda-feira, 9 de julho de 2012

SOBRE TEXTOS E ROTEIROS ANTIGOS

Desde 2006 estou escaneando/digitando os textos de Tatiana Belinky, que, em breve, serão publicados pela Editora Perspectiva. Não sei quantos serão publicados, mas já tenho prontos 50 obras de sua autoria - é um número pequeno, perto de todas as coisas que já escreveu. 
Infelizmente, muita coisa se perdeu e outras tantas, estão, praticamente, esfarelando-se. Explico: os textos aos quais me refiro, são roteiros que Tatiana escrevia para a televisão, nas décadas de 50 e 60, para os programas Teatro da Juventude e Sítio do Picapau Amarelo. São milhares (eu disse milhares) de páginas mimeografadas, com anotações feitas à lápis pelo diretor Júlio Gouveia, marido de Tatiana, encadernadas com capa dura, em vários volumes. Cada volume, com cerca de 400 laudas, corresponde a um semestre de trabalho e tem, em média, 30 textos.
É impossível escanear esses textos, mesmo que os xerocasse. Então, tenho que digitá-los. 
Comecei a fazer esse trabalho na tarde de ontem. Ainda tenho muito trabalho pela frente. E além de digitar, estou adaptando algumas coisas (com a autorização da autora), lembrando que, o que tenho em mãos, foram roteiros para a televisão, que serão transformados em textos teatrais. 
E pouca coisa será alterada. Apenas alguns termos técnicos como CORTE, FUSÃO, movimentação de câmeras, enfim, termos usados para a TV e que em teatro, não se usam.
Enquanto digitava, comecei a pensar na quantidade de dramaturgos e roteiristas - os mais velhos, evidentemente - que não digitalizaram seus textos. Como estaria o estado de conservação de uma obra original? Com certeza, esfarelando-se também. 
Quantos textos não se perderam com o tempo?
Felizmente, isso não aconteceu com os textos de minha autoria,  Todos estão digitados, registrados, e além de estar no meu HD, CDs, pendrive, e-mail, encontram-se em vários sites da Internet. Por esse motivo, dificilmente, se perderão com o tempo. 
Tenho muitas obras inacabadas. Talvez eu morra antes de finalizá-las. Mas antes de morrer, gostaria de concluí-las.
Quando Tatiana me pediu, em 2006, para digitar seus textos para essa publicação, eu vibrei. E, assim que terminei o trabalho, e ao ver, em sua biblioteca, os livrões com os roteiros de TV, pensei:
- Por que não digitar esses roteiros, também?
E com o consentimento de Tati, aproveito os meus raros momentos de folga, para executar essa tarefa. E, com isso, conheço novas histórias. Para mim, isto não é trabalho, é descanso.
É isso aí. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário