terça-feira, 12 de junho de 2012

LUTO

Nuno sempre foi um grande amigo. Pra todas as horas. Eu o conheci por intermédio de Rafael Felício, em 2002.  Estava precisando passar a trilha do espetáculo Sonho de uma Noite de Verão, de fita K7 para CD. Não só passar, mas editar alguns trechos. E ele fez isso pra mim. 
Parece estranho dizer isso, mas há 10 anos atrás, não tinha a facilidade que tem hoje para se gravar um CD. E sempre que montava um espetáculo novo, levava a fita K7 da trilha sonora pra ele passar pra CD.
E sempre que dava, nos encontrávamos, trocávamos muitas ideias sobre outras coisas que ele fazia, como por exemplo, explorar cavernas e fazer rapel, coisas que ele adorava. E eu também. Já explorei cavernas, mas rapel, nunca tive coragem. 
Foi com ele que aprendi que, se você estiver sentindo muito frio, tire a blusa do corpo e a coloque na cabeça. O frio vai embora. E eu  vivia fazendo isso.
Nuno também me passou algumas sátiras de músicas do cancioneiro popular, que usei em Puros Depravados, e que ouvi agora, uma forma que encontrei de agradecê-lo por tudo o que ele me fez.
A última vez que a vi, foi na praça de alimentação do shopping Villágio, há uns dois meses atrás. Ele estava almoçando, acompanhado da namorada. E como sempre, com um sorrisão no rosto, de orelha a orelha. Com ele, não tinha tempo ruim, não. E é essa a imagem que guardo dele.
Me desculpe, Nuno, mas não irei no seu velório. Quero me lembrar de você, com esse sorrisão e não num caixão. É uma pena que o nosso último encontro tenha sido tão rápido. Fazer o que?
Pena que o teu coração te traiu. De uma infeção, dores e uma parada cardíaca. Hospital. Médicos conseguiram reanimá-lo. Levado a UTI para uma cirurgia de emergência. E uma segunda parada cardíaca que o levou a óbito.
Não conheço quem não gostasse de você. Era o professor mais rock'n'roll e mais amigo dos alunos. Sem palavras, cara...
É... Nunca soube lidar com a morte. Perdi tantas pessoas que amava: amigos, parentes, pessoas do bem. enquanto porcos desgraçados e filhos da puta, estão por aí, cometendo atrocidades. Esses merdas não morrem, né?!!!
O mais triste é saber que pessoas como o Batuta, o Cláudio, a Mariana, o Bruno, o Vinícius, o Nuno, que tinham toda a vida pela frente, foram embora cedo demais.
E pessoas que ainda tinha tanto pra me ensinar como Aninha Cavalieri, Alberto Guzik, Fernando Peixoto, José Renato, Antonio Mendes, Margarita Schulmann, Roberto Kohl, também partiram.
É horrível ver pessoas queridas saírem de cena e do seu convívio.  Cada dia que passa me sinto mais pobre, mais triste e mais vazio. por ser privado de estar com eles.
E pior ainda, é ver os pais debruçados sobre os caixões, chorando pela morte de seus filhos.
Triste demais. 
Descanse em paz, meu amigo... E muito obrigado por todas as coisas boas que me proporcionou.

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