Eu estava num ponto de ônibus na Brigadeiro, e assim que um ônibus encostou, uma freira, que estava do outro lado da rua, atravessou correndo pela faixa de pedestres, para pegar o coletivo. Nisso, uma garotinha, que estava no colo da mãe, apontou para a freirinha que estava ofegante, e disse alto e na maior inocência:
- Mãe... a bruxa!!!! Olha a bruxa, mãe!
A mãe da criança, imediatamente, deu um tapinha de leve no braço da filha para que ela parasse de apontar o dedo para a freira, e falou, brava:
- Cala a boca, menina!
A freira, que estava na fila aguardando para subir no ônibus, olhou para as duas, sorriu docemente, sem se importar. Assim que o ônibus deixou o ponto, as pessoas ao redor, liberaram a gargalhada e a mãe, corada, censurava a menina:
- Você me mata de vergonha!
Julio Carrara
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